Lula e Alckmin discutem plano de contingência contra tarifaço dos EUA

Lula e Alckmin discutem plano de contingência contra tarifaço dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta segunda-feira (11) com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para acertar os últimos detalhes de um plano de contingência que busca reduzir o impacto das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

O pacote de medidas deve incluir:

  • linhas de crédito para empresas afetadas, a fim de financiar investimentos e capital de giro;

  • adiamento, por até dois meses, da cobrança de tributos e contribuições federais;

  • compras públicas de mercadorias perecíveis, como peixes, frutas e mel, que estão encalhadas desde o anúncio da tarifa.

A expectativa é que as medidas sejam anunciadas ainda nesta segunda-feira, embora inicialmente a previsão fosse até terça (12). A reunião, marcada para as 17h no Palácio do Planalto, deve contar também com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros integrantes do governo.

O objetivo do plano é dar fôlego aos setores prejudicados e preservar empregos.

Primeiras articulações
No último sábado (9), Alckmin adiantou que o governo lançará um programa “bem amplo” de apoio, com atenção especial a setores como café, carne e, principalmente, indústria de máquinas e motores. “O produto commodity é mais fácil de reposicionar no mercado; a indústria é mais específica e enfrenta mais dificuldade”, afirmou.

Para participar da reunião em Brasília, o vice-presidente cancelou compromissos que teria nesta segunda-feira em São Paulo, como o 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio e o lançamento do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), da ApexBrasil.

Tarifa em vigor
A sobretaxa determinada pelo presidente norte-americano Donald Trump entrou em vigor em 6 de agosto, atingindo cerca de 36% das exportações brasileiras para os Estados Unidos — o equivalente a US$ 14,5 bilhões em 2024. Entre os produtos afetados estão café, frutas e pescado.

Quase 700 itens, no entanto, ficaram de fora da medida. Setores como suco de laranja e aeronaves seguem com a taxação de 10% já anunciada em abril contra o Brasil.