Instituto lança estudo que identifica o nível de pobreza do Espírito Santo

Instituto lança estudo que identifica o nível de pobreza do Espírito Santo

Ferramenta vital para mapear e mitigar a pobreza no ES

Um estudo recente divulgado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) reforça a importância vital do Cadastro Único (CadÚnico) não apenas como um registro burocrático, mas como uma ferramenta essencial para direcionar políticas públicas eficazes e mitigar a pobreza no Espírito Santo. A análise, intitulada “Perfil da Pobreza no Espírito Santo 2024: Famílias Inscritas no CadÚnico”, revela um retrato detalhado das dificuldades enfrentadas pela população de baixa renda, ao mesmo tempo que destaca a relevância dos programas sociais vinculados ao cadastro.

Os dados, com base nas informações do CadÚnico de dezembro de 2024, são alarmantes. Cerca de 65,6% das pessoas registradas no sistema vivem em situação de pobreza, um contraste acentuado com a estimativa de 26% para a população geral do estado. A extrema pobreza atinge 41,1% dos cadastrados, frente a 16,3% da população total. As maiores concentrações de pobreza estão nas microrregiões Nordeste (37,4%), Caparaó (34,2%) e Litoral Sul (33,8%), com municípios como Ibitirama, Ponto Belo e Alto Rio Novo apresentando os índices mais elevados.

O estudo também lança luz sobre outras vulnerabilidades. A análise das condições domiciliares mostra que 7,7% das famílias não têm acesso à coleta de lixo adequada, 26,2% não contam com esgotamento sanitário apropriado e 15,7% não possuem abastecimento de água adequado. Além disso, o levantamento identificou 3.643 pessoas em situação de rua, a maioria concentrada na Grande Vitória.

A educação também é um ponto de atenção. A taxa de analfabetismo entre os cadastrados com 15 anos ou mais é de 7,9%, e a média de anos de estudo (6,7 anos) é insuficiente para a conclusão do Ensino Fundamental.

É nesse cenário que a importância dos auxílios atrelados ao CadÚnico se torna ainda mais evidente. O cadastro não é apenas um banco de dados, ele é a porta de entrada para uma série de benefícios sociais que atuam diretamente no combate a essas desigualdades. Programas como o Bolsa Família, por exemplo, oferecem uma renda mínima que pode fazer a diferença entre a alimentação diária e a fome para milhões de famílias.

Além do Bolsa Família, o CadÚnico garante acesso a benefícios como a Tarifa Social de Energia Elétrica e a Isenção de Taxas em Concursos Públicos, aliviando o orçamento familiar e permitindo que os mais vulneráveis possam buscar oportunidades de qualificação e emprego. Ele também é um pré-requisito para o acesso ao Programa Minha Casa Minha Vida e à Carteira do Idoso, entre outros.

Esses auxílios não se limitam a um único ponto, são um suporte multifacetado que busca melhorar a vida das famílias em diferentes frentes, desde a segurança alimentar até o acesso a serviços básicos e oportunidades de desenvolvimento.

Para o diretor-geral do IJSN, Pablo Lira, o estudo é um guia fundamental para a tomada de decisões.

“Este diagnóstico é um instrumento fundamental para orientar ações mais efetivas de combate à pobreza e redução das desigualdades sociais no Espírito Santo. Olhar para os dados auxilia na elaboração de ações mais assertivas e que contribuem de forma mais eficiente para o desenvolvimento social”.

Ao mapear as áreas de maior vulnerabilidade e as carências específicas da população, o estudo permite que o governo e as entidades sociais direcionem seus esforços para onde eles são mais necessários. O CadÚnico, nesse sentido, é a bússola que orienta a implementação de políticas mais eficientes, assegurando que os benefícios cheguem a quem realmente precisa.

A publicação completa pode ser consultada e baixada no site do IJSN, oferecendo um recurso valioso para pesquisadores, gestores públicos e todos os interessados em compreender e atuar na melhoria das condições de vida da população capixaba.

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