Governo do ES lança monitoramento de agressores no Programa Mulher Segura

Governo do ES lança monitoramento de agressores no Programa Mulher Segura

Novas tecnologias irão propiciar mais segurança para as mulheres vítimas de abusos

O Governo do Estado do Espírito Santo lançou, em 14 de novembro de 2025, um inovador serviço de monitoramento de agressores, reforçando as ações do Programa Mulher Segura. A iniciativa representa um avanço estratégico na prevenção e enfrentamento da violência doméstica e familiar, alinhando-se às diretrizes da Lei Maria da Penha e integrando-se ao eixo de prevenção do programa Estado Presente em Defesa da Vida.

Essa nova ferramenta é fruto da colaboração interinstitucional das Secretarias da Justiça (Sejus), da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e das Mulheres (SESM), além da parceria com o Tribunal de Justiça (TJES) e o Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

O novo serviço reside no monitoramento eletrônico dual, tanto do agressor que passa a usar uma tornozeleira eletrônica, quanto da vítima que recebe uma Unidade Portátil de Rastreamento (UPR), um smartphone configurado em modo seguro, exclusivo para o programa.

Inicialmente, para testes, foram adquiridos 200 kits compostos por tornozeleiras eletrônicas e UPRs, com um custo mensal por equipamento de R$ 255,00. O monitoramento já foi iniciado, atendendo, inicialmente, a três agressores e suas respectivas vítimas.

O sistema cria uma zona de exclusão móvel e dinâmica, que o agressor monitorado não pode invadir, sendo a delimitação definida judicialmente, com um mínimo de 500 metros na Zona Vermelha.

Em caso de aproximação indevida ou descumprimento, o sistema aciona alertas vibratórios/sonoros, notifica a Central de Monitoramento e avisa a vítima. A mulher pode, ainda, acionar o botão “Preciso de Ajuda”, que grava áudio e vídeo e mobiliza a Polícia Militar. A localização do agressor é exibida à vítima somente quando ele ingressa nas zonas de exclusão.


Durante coletiva de imprensa o governador Renato Casagrande, comentou sobre o novo Programa.

“A tecnologia está sendo colocada a favor das mulheres ameaçadas para enfrentarmos um dos maiores desafios da política pública: romper o ciclo de violência doméstica. Não podemos tolerar que homens se comportem como donos da vida das mulheres. Com esse sistema integrado, que reúne monitoramento eletrônico, resposta imediata e acolhimento psicossocial, vamos ampliar a proteção e garantir que cada mulher tenha o amparo necessário para seguir em segurança”.

O lançamento ocorre em um contexto onde o desafio do feminicídio é alto, apesar dos esforços para redução. O vice-governador Ricardo Ferraço e o secretário Leonardo Damasceno enfatizaram o investimento em tecnologia como um recado de tolerância zero ao crime.

Em seu pronunciamento o vice-governador Ricardo Ferraço comentou.

“Esse é mais um recado de que no Espírito Santo não há tolerância ao crime. Empregamos investimentos e tecnologia de forma eficiente para prevenir, evitar e enfrentar uma covardia inaceitável. A ampliação da nossa estrutura de segurança pública é visível e não há mais espaço para impunidade. Nosso trabalho vai seguir firme para tornar o Estado cada vez mais seguro para todas e todos”.

A secretária Jacqueline Moraes reforçou a importância da denúncia.

“Mais de 70% das mulheres vítimas de feminicídio nunca denunciaram seus agressores. Com esse novo programa, estamos enviando uma mensagem clara: denunciem, procurem nossa rede. Quando a mulher acessa nossos serviços, quando ela busca ajuda, as chances de evitar um feminicídio aumentam significativamente”.

O programa será implantado em duas fases: a primeira, piloto, na Grande Vitória (com expansão gradual de uma cidade por mês), e a segunda, com a expansão para o interior do Estado, considerando fatores logísticos e de conectividade.