Oficina gratuita de quadrinhos para jovens das aldeias indígenas de Aracruz está com inscrições abertas

Oficina gratuita de quadrinhos para jovens das aldeias indígenas de Aracruz está com inscrições abertas

Jovens das 12 aldeias indígenas Aracruz têm até 5 de janeiro para se inscrever gratuitamente na oficina de quadrinhos do projeto Narrativas Periféricas, que será realizada na Associação Indígena Tupiniquim e Guarani (AITG), na aldeia Caieiras Velha. São 20 vagas destinadas a quem gosta de desenhar e tem, no mínimo, 12 anos. As inscrições podem ser feitas por meio deste link – o candidato deve preencher o formulário e enviar um desenho de sua autoria, cujo tamanho não pode ultrapassar 10 MB.

O Projeto Narrativas Periféricas é realizado pela Ciclo Escola, com patrocínio da empresa Transportadora Associada de Gás (TAG), viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), da Secretaria da Cultura (Secult). Conta ainda com apoio da AITG, do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) e da Secretaria Municipal de Cultura de Vitória.

Os interessados em participar da oficina passarão por uma seleção, cujo resultado será divulgado dia 11 de janeiro no perfil do Narrativas Periféricas no Instagram. Os adolescentes de 12 a 14 anos que forem selecionados deverão participar das aulas acompanhados de um responsável, e os de 15 a 17 anos, por meio de uma autorização por escrito. Todos os participantes ganharão material para as aulas, lanche e, caso cumpram a carga horária mínima de 75%, receberão um certificado digital.

 

Daniela Claudino de Matos vai ministrar as aulasDaniela Claudino de Matos vai ministrar as aulasA oficina vai acontecer de 16 a 19 de janeiro, das 13h às 16h, com conteúdos relacionados à construção de narrativas indígenas e à prática sobre quadrinhos. As aulas serão ministradas por Daniela Claudino de Matos, jovem indígena da aldeia Caieiras Velha que participou como aluna da primeira atividade do Narrativas Periféricas, Formação em Quadrinhos, voltada para as juventudes indígenas, negras, periféricas e comunidade LGBTQIA+.

A partir de 8 janeiro, será realizado um novo ciclo de oficinas, nas Unidades Socioeducativas do Espírito Santo. Além de Daniela Claudino de Matos, outros 12 participantes da formação vão ministrar as aulas, e cada um dos oficineiros receberá uma bolsa de R$ 1.200.

 

Gibitecas

No início de dezembro, o Narrativas Periféricas encerrou uma de suas etapas, que foi a entrega de 14 gibitecas nas unidades socioeducativas do Espírito Santo, possibilitando aos socioeducandos acesso à leitura de quadrinhos, mangás, graphic novels, fanzines e cordéis, entre outras produções do universo geek.

A construção das gibitecas envolveu a aquisição de 60 almofadas e pufes, como parte do mobiliário, 163 metros de tatame, 3.600 exemplares para os acervos, além de 450 metros de área grafitada, já que cada gibiteca conta com painéis em grafite pintados por um time de 12 artistas: Karen Valentin, Starley Bonfim, Luhan Gaba, Fredone, ED Brown, Nico, Fel, Thiago Balbino, Camaleão, Jotta, Rudinho e Menoon. Nas unidades de semiliberdade foram realizadas oficinas de grafite para criar os painéis. Dos 56 socioeducandos que participaram da etapa da pintura, 19 já ganharam liberdade.

O acervo das gibitecas é composto por exemplares doados durante a campanha realizada em Vitória, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares, além de exemplares comprados em sebos, editoras e diretamente com autores negros e periféricos. A proposta é que os jovens que cumprem medida socioeducativa e representam um recorte específico da periferia possam entrar em contato com obras de artistas que também são periféricos, estimulando seu engajamento no universo geek a partir da identificação de seus pares.

Até o final do projeto, será produzida uma coletânea reunindo trabalhos dos alunos da formação e das oficinas, além de uma websérie, com lançamento previsto para fevereiro.