Polícia Civil apreende mais de 4.000 arquivos de abuso infantil e prende quatro suspeitos

Polícia Civil apreende mais de 4.000 arquivos de abuso infantil e prende quatro suspeitos

A operação ocorreu entre abril e agosto em Vila Velha, Fundão, Linhares e Ponto Belo

A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) realizou a Operação Teseu, com foco no combate ao abuso e à exploração sexual infantil, sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em diferentes municípios. Todos os investigados foram presos em flagrante por armazenar material relacionado à exploração sexual de menores. Em um dos celulares apreendidos, a polícia encontrou mais de 4.000 arquivos contendo conteúdo de abuso infantil, destacando a gravidade dos crimes investigados.

A operação ocorreu entre abril e agosto em Vila Velha, Fundão, Linhares e Ponto Belo. O delegado-geral, José Darcy Arruda, enfatizou a importância do combate aos crimes de pedofilia infantil, além da necessidade de conscientizar os pais sobre a segurança de seus filhos. Ele também destacou as dificuldades em identificar esses criminosos, reforçando a necessidade de vigilância constante por parte das famílias.

O superintendente de Polícia Especializada (SPE), delegado Agis Macedo, complementou com informações sobre o cenário global do consumo de pornografia infantil: “Há uma estimativa de consumo de pornografia infantil que gira em torno de 20 milhões de dólares por ano. O Brasil, neste contexto, figura na décima posição do consumo de pornografia infantil. Há muito material consumido, e isso representa a preocupação para a polícia civil, e por isso foi dado início a essa operação que resultou na prisão desses pedófilos”.

O chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, informou que “entre os casos, há um que já foi divulgado referente ao cumprimento de mandado de busca e apreensão em abril. Trata-se de um homem de 42 anos que explorava sexualmente um vizinho. Ele chamava esse vizinho, de 12 anos na época, para ir ao seu apartamento sob o pretexto de jogar videogame, e lá aconteciam os abusos”.

Durante a investigação, após a divulgação inicial dos fatos, foi comprovado o abuso. “Identificamos outras duas vítimas desse homem e também ouvimos a mãe da criança, que, muito surpresa, afirmou nunca ter imaginado que isso poderia estar acontecendo. Não havia justificativa para essa criança frequentar a casa desse vizinho, um homem que morava sozinho e não tinha filhos, mas, mesmo assim, a criança ia até lá. Percebemos também que o homem criou um vínculo emocional com a criança, que não percebeu o perigo, chegando a chamá-lo de ‘pai’ em algumas situações. Quando os pais não estão atentos ao que seus filhos fazem e consomem na internet, acabam permitindo que criminosos ofereçam atenção a essas crianças, como ocorreu neste caso”, disse o delegado.

Ainda em abril, em Linhares, um auxiliar de serviços gerais de 28 anos foi preso em flagrante. O celular com os mais de 4 mil arquivos era dele. Em julho, por meio de uma denúncia enviada por uma agência internacional, o terceiro suspeito, um homem de 27 anos, foi preso em Fundão. Em um celular foram localizadas fotos da irmã da ex-namorada do suspeito, na época com 12 anos, tiradas enquanto dormia. “A vítima é irmã da ex-namorada dele. O homem alegou que ele e a ex-namorada teriam recebido ameaças de divulgação de fotos íntimas caso não produzissem e encaminhasse imagens da menor, mas não encontramos registros de ameaças no celular periciado”, contou o delegado.

O quarto detido é um homem de 19 anos que foi preso na zona rural de Ponto Belo, suspeito de vender pacotes de fotos de abuso e exploração sexual infantil baixados em aplicativos de mensagens. A Polícia Civil chegou até ele por meio de uma denúncia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. “Ele cobrava de R$ 20,00 a R$ 40,00 para vender esses pacotes que eram fotos baixadas de um aplicativo de mensagens, que não contribui com a polícia no fornecimento de dados. Consta no depoimento dele que ele não achou que fosse ser encontrado no ‘fim do mundo’. E realmente foi muito difícil o localizar naquele momento”, informou o delegado Brenno Andrade.