Educadores Participam de Formação sobre Fundamentos da Educação para Relações Étnico-Raciais (ERER)

Educadores Participam de Formação sobre Fundamentos da Educação para Relações Étnico-Raciais (ERER)

A Prefeitura de Aracruz, por meio da Secretaria de Educação (Semed), em parceria com o Sistema de Ensino Aprende Brasil, promoveu nesta segunda-feira (3) e terça-feira (4), no Auditório do Ifes, Morobá, uma formação destinada a Diretores, Pedagogos e equipes técnicas das Redes de Ensino do município de Aracruz e  João Neiva quanto aos fundamentos da educação para as relações étnico-raciais (ERER) – Compreendendo e Promovendo a diversidade na escola.

A Secretária da Semed, Jenilza Spinassé, deu as boas vindas aos participantes destacando a importância da parceria com a Aprende Brasil. “Conseguimos com o sistema de ensino Aprende Brasil esse momento com o Rafael Paulina, além dos diretores, pedagogos, nossa equipe técnica/administrativa e de João Neiva também poderão participar. O conteúdo a ser aplicado é um debate, que para nós da secretaria não é novo, porém, todos precisamos nos sentir provocados por essa questão, para que ela passe a fazer parte de nosso planejamento e do nosso processo de escuta e acompanhamento. Temos que entender, de fato, essa diversidade que vivemos”, ressaltou.

Ainda de acordo com Jenilza, os professores da educação escolar indígena ajudam muito a entender essa diversidade. “Em nosso município, por exemplo, temos os educadores indígenas, que colaboram muito conosco no sentido de entender a realidade cultural desses povos. E enquanto órgão central, precisamos aceitar que só existe uma forma de desconstruir o que está no imaginário da sociedade, que é a formação e a informação. Só poderemos ter um novo olhar quando nos submetemos a processos reflexivos como este”, disse.

A formação foi mediada pelo professor e assessor de educação para as relações étnicos raciais da Aprende Brasil, Rafael Pawlina. Ele destacou a leis 10.639/03 que estabelece a obrigatoriedade do ensino de “história e cultura afro-brasileira” dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares da Educação Básica, e Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afrobrasileira e indígena em todas as escolas públicas e particulares da Educação Básica.

“A ideia dessa nossa formação é dialogarmos. Desde o início da pandemia em 2020, começamos a trabalhar com um grupo de estudos das relações étnico-raciais dentro do Aprende Brasil, que faz parte de um território gigantesco em todo país. E são essas nossas reflexões que estamos trazendo para vocês, para que possamos ter uma educação mais crítica e reflexiva. Sempre falo que não adianta educarmos professores, alunos e não educarmos a sociedade como um todo”, enfatizou Rafael no início.

Os profissionais do magistério e técnicos puderam, durante a formação, ter mais instrumentos para compreenderem os bastidores das leis, como elas surgiram e como elas pautam as relações sociais, politicamente e estrategicamente, além da questão educacional. “Essas leis, dentro das escolas, servem para que possamos transformar nossas crianças, e essas crianças possam, consequentemente, transformar a sociedade, todo mundo trabalhando junto, como uma engrenagem”, explicou.

O público também foi questionado sobre qual o problema as pessoas têm em achar que todos são iguais, sendo que sem reconhecer as desigualdades, não é possível pensar em uma educação para as relações étnico-raciais, que devem ser promovidas na escola. “Vocês vão perceber que o termo negro sempre é usado para mostrar que alguma coisa é ruim, como lista negra, a coisa está preta, mercado negro, etc. Isso é uma coisa que não vai mudar da noite para o dia, por isso precisamos trabalhar e ter isto no nosso radar, para quando alguém falhar, possamos agir e advertir”.

Um outro tópico tratado foi a interseccionalidade, que é a interação ou sobreposição de fatores sociais que definem a identidade de uma pessoa e a forma como isso impactará sua relação com a sociedade e seu acesso a direitos. E para ilustrar seu conteúdo, Rafael também citou a filósofa Djamila Ribeiro, que lançou obras que tratam do racismo e outros temas, e é considerada uma importante voz contemporânea em defesa dos negros e das mulheres e o quadro “A Redenção de Cam”, do artista espanhol Modesto Brocos, que tem provocado a crítica de arte a um debate que não necessariamente se fia à questão de os sete passos/desafios para fomentar o debate étnico racial.

Fonte: Prefeitura de Aracruz