Metais pesados no prato! Pesquisa revela contaminação em alimentos cultivados no estuário do Rio Doce
Por Hellen Clementino/Folha Aracruz
Uma pesquisa da Ufes em parceria com a USP e a Universidade de Santiago de Compostela acendeu o alerta: alimentos como banana, mandioca e cacau cultivados no estuário do Rio Doce apresentam concentrações elevadas de metais tóxicos como chumbo, cádmio, níquel, cobre e cromo.
Segundo o estudo, publicado na Environmental Geochemistry and Health, os índices ultrapassam os limites seguros da FAO, indicando risco à saúde, principalmente para crianças.
O professor Ângelo Bernardino, da Ufes, explicou que os metais vêm dos rejeitos do rompimento da barragem de Fundão, em 2015, e continuam afetando o solo e a cadeia alimentar.
“Há dez anos do desastre, ainda colhemos os efeitos”, disse o professor.
A pesquisadora Tamires de Souza, da USP, reforça:
“O chumbo causa danos neurológicos irreversíveis em crianças. Precisamos de monitoramento urgente e políticas de saúde pública”.
O alerta também chega a Aracruz e aos municípios banhados pela bacia do Rio Doce, onde muitas famílias vivem da agricultura e consomem produtos locais. O estudo pede ação do poder público para monitorar solos e orientar agricultores.
De Mariana até o mar capixaba, os rejeitos continuam contando uma história que insiste em não ser esquecida e quem paga essa conta somos sempre nós!

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