A Fé que Ergue Montanhas: A Comovente História da Igrejinha da Pedra Petra em Ibiraçu

Religiosidade, promessa, um ansiado milagre e uma tristeza profunda marcam a trajetória da pequena capela no alto da Pedra Petra, em Ibiraçu. Um legado de fé que começou como uma promessa de cura e se transformou em um santuário de devoção.

Em 1995, Diógenes, um jovem de 34 anos de Ibiraçu, foi diagnosticado com câncer linfático. O tratamento iniciou-se, e viagens frequentes a São Paulo tornaram-se parte da rotina da família. Em um momento de desespero, Diógenes e seus entes queridos – o pai Artelino, a mãe Santa Vescovi e a irmã Fátima – decidiram fazer uma promessa a Santo Antônio: se o jovem se curasse da doença, ergueriam uma capelinha no alto de uma pedra.

O local inicialmente escolhido para a construção era mais alto, mas a logística dificultaria o transporte de materiais. Optou-se, então, pelo topo da “pedra preta”, acessível a pé. Em 1997, a construção teve início, e a cura de Diógenes avançava com sucesso. A igrejinha já estava pela metade quando, em 7 de março de 1998, faltando apenas quatro dias para a cura definitiva em São Paulo, Diógenes faleceu tragicamente afogado no mar em Barra do Saí, Aracruz.

Mesmo em meio à tristeza, a inauguração da igrejinha ocorreu em 5 de julho do mesmo ano. “Isso é um retrato e o espelho fiel do Diógenes, representa humildade, simplicidade e contato com a natureza”, expressaram os familiares. O local tornou-se objeto de devoção, atraindo romarias, orações devotas e relatos de milagres.

Hoje, a igrejinha é parte integrante do percurso da procissão dos Caminhos da Sabedoria, que abrange mais de 20 igrejas na região, incluindo a Matriz de Ibiraçu e o Mosteiro Zen Budista próximo. Doações fluem para o local, acompanhadas por cartas de fiéis que expressam sua gratidão e testemunham curas e bênçãos recebidas.

A Igrejinha da Pedra Petra é mais que uma construção de tijolos e cimento; é um testemunho da fé que, mesmo diante da adversidade, ergue monumentos de esperança e devoção. Ibiraçu guarda em suas paisagens não apenas belezas naturais, mas também histórias comoventes de fé que transcendem o tempo e inspiram gerações a manter a chama da esperança acesa.