Campanha de Multivacinação contra a poliomielite vai até 31 de outubro

Campanha de Multivacinação contra a poliomielite vai até 31 de outubro

Vacinar é um ato de amor e de responsabilidade social que protege não só o indivíduo, mas toda a comunidade.

O Dia Mundial de Combate à Poliomielite, lembrado em 24 de outubro, serve como um lembrete da importância da vacinação como a única e mais eficaz forma de prevenção contra essa doença grave. A poliomielite, também conhecida como pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa causada pelo poliovírus que pode invadir o sistema nervoso e, em poucas horas, levar à paralisia total e irreversível. Embora a maioria das infecções (cerca de 95%) seja assintomática, em casos mais graves, o vírus atinge a medula espinhal e o cérebro, causando paralisia, geralmente nas pernas, e, em situações críticas, pode levar à morte por paralisia dos músculos respiratórios. A sua alta capacidade de transmissão, principalmente por via fecal-oral, torna a imunização coletiva uma necessidade vital.

No Brasil, a erradicação da pólio é uma das maiores conquistas da saúde pública. O último caso de infecção pelo poliovírus no país foi registrado em 1989, e no Espírito Santo, o último caso ocorreu em 1987. No entanto, essa ausência de circulação do vírus não é acidental, mas sim um reflexo direto das altas coberturas vacinais mantidas ao longo dos anos. Como alerta o médico pediatra e coordenador assistencial do Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (HIMABA), Renan Barreto, a sensação de segurança gerada pela erradicação pode ser perigosamente ilusória.

“É como se a doença tivesse deixado de existir. No entanto, é justamente o contrário, pois o vírus não circula porque as pessoas estão vacinadas. Se deixarmos de vacinar, ele pode voltar a circular”.

A vacinação atua como um “treinamento para o organismo”, permitindo que o sistema imunológico aprenda a reconhecer e combater o poliovírus.

“A cada nova dose, aumenta-se o potencial de cobertura vacinal e, consequentemente, a proteção coletiva”, explica Barreto.

Para manter o país livre da doença, a meta de cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde para o esquema primário contra a poliomielite em crianças é de 95%.

Felizmente, estados como o Espírito Santo têm demonstrado esforços significativos para alcançar essa meta. Segundo dados do sistema Vacina e Confia, da Secretaria da Saúde (Sesa), a cobertura vacinal contra a Poliomielite no estado avançou de 77,93% em 2021 para 93,65% em 2024, um cenário positivo, mas que ainda exige a atenção contínua de pais e responsáveis.

Atualmente, o protocolo de imunização contra a pólio utiliza a Vacina Inativada Poliomielite (VIP), administrada por via injetável. Essa atualização representa um avanço em segurança e eficácia em relação à tradicional “gotinha” (Vacina Oral Poliomielite – VOP), pois a VIP é produzida com o vírus inativado (morto), reduzindo a possibilidade de eventos adversos.

A proteção da população contra a poliomielite é uma responsabilidade compartilhada. O médico Renan Barreto lamenta que, em meio à correria do cotidiano, muitos pais e responsáveis acabem negligenciando “esse dever invisível de manter a vacinação em dia”, um comportamento que se agrava pela influência de informações falsas que levam à recusa vacinal, minando a proteção da comunidade.

É fundamental que toda a população compreenda: a manutenção do atual status sanitário do Brasil depende da continuidade da vacinação. Doenças graves e preveníveis, como a poliomielite, só serão mantidas longe se o calendário vacinal for rigorosamente seguido. Com a Campanha de Multivacinação, realizada pela Sesa até 31 de outubro, há uma excelente oportunidade para atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes.

Conforme reforça o pediatra do HIMABA.

“Para manter o atual status sanitário do Brasil, é essencial que a população continue sendo vacinada. Doenças preveníveis, como o sarampo e a poliomielite, podem ser evitadas com vacinas disponíveis pelo SUS.”

Vacinar é um ato de amor e de responsabilidade social que protege não só o indivíduo, mas toda a comunidade.