Trajetória da Capixaba, Aracruzense, Raquele Cardoso no Big Brother Brasil
A trajetória de Raquele Cardoso no Big Brother Brasil vai além da dinâmica do jogo, revelando questões profundas relacionadas aos desafios enfrentados por participantes que não se enquadram nos padrões estabelecidos. Natural de Aracruz, a doceira e estudante de engenharia trouxe consigo a autenticidade e a simplicidade do interior capixaba, características que, infelizmente, parecem não receber a devida valorização no contexto do reality show.
Apesar de sua personalidade doce e tímida ser genuína, ela parece afastá-la das principais discussões e interações dentro da casa, resultando em uma visibilidade limitada nas câmeras em comparação com outros participantes. A beleza de Raquele é elogiada pelos colegas, mas paradoxalmente, ela é rotulada como “planta,” expressão que sugere falta de expressividade e participação ativa no jogo.
Ao analisar o cenário, percebe-se não apenas uma disparidade regional, sendo os outros participantes moradores de grandes centros, mas também indícios de um preconceito estrutural. Raquele, uma mulher negra que exibe suas tranças, parece enfrentar uma atenção desproporcionalmente menor dos demais participantes, indicando a presença sutil, mas significativa, de um racismo estrutural.
A comparação com outros participantes reservados, como Yasmin Brunet e Wanessa Camargo, que recebem mais atenção e espaço, destaca a existência desse padrão discriminatório. Mesmo quando se retraem, como foi o caso de Yasmin por quase dois dias, após críticas infundadas sobre suas roupas e corpo, a participante do camarote permaneceu sendo procurada pelos colegas e em evidência nas filmagens.
Por sua vez, no final de semana, Wanessa dormiu um dia inteiro, chegando a preocupar os colegas que suspeitam que o excesso de sono podia ser por falta de alimentação, já que a cantora é adepta ao veganismo. Isso destaca a existência desse padrão discriminatório. Essa situação, muitas vezes imperceptível para os próprios participantes, evidencia a necessidade de discutir e combater o racismo estrutural, que permeia as estruturas sociais e culturais.
Infelizmente, Raquele enfrenta um risco iminente de eliminação, mesmo após ter escapado do último paredão. À medida que o programa avança, é fundamental não apenas torcer pela sua permanência, mas também desejar que ela tenha a oportunidade de se destacar, desafiando estereótipos e contribuindo para uma reflexão mais ampla sobre inclusão e igualdade.
No contexto da iminente eliminação, que provavelmente resultará em mais um paredão triplo, a torcida pela permanência de Raquele intensifica-se. Independentemente do desfecho, sua participação serve como um catalisador para uma discussão mais profunda sobre as questões de representatividade, preconceito e diversidade, tanto dentro quanto fora dos limites do programa.
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