Coisas que poucos sabem sobre o Papa e o Vaticano

Bastidores do poder, segredos milenares e da rotina silenciosa do homem mais vigiado do mundo
Por Hellen Clementino
O mundo se despede do Papa Francisco, e com sua morte, não apenas se fecha um capítulo da história da Igreja — abre-se uma rara brecha para que se conheçam os bastidores do Vaticano. Uma cidade-estado cercada de segredos, guardiã de documentos milenares, e onde o poder e a fé se entrelaçam em silêncio.
Mas o que acontece atrás dos muros sagrados? Como vive um Papa de verdade? E o que está escondido nos corredores subterrâneos da sede da Igreja Católica?
Descubra agora os fatos que raramente chegam ao público — e que revelam um lado surpreendente da Santa Sé.
- O BANCO DO VATICANO É UMA POTÊNCIA FINANCEIRA
O Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como Banco do Vaticano, administra mais de 5,4 bilhões de euros. Só podem ter contas lá membros da Igreja, congregações religiosas e diplomatas. O banco já foi envolvido em escândalos de corrupção e lavagem de dinheiro, mas continua sendo peça-chave da gestão financeira da Igreja.
Embora se diga “instituição espiritual”, o banco opera como qualquer outro — com investimentos, auditorias e lucros.
- O VATICANO É UM IMPÉRIO IMOBILIÁRIO
Ao redor do mundo, o Vaticano possui milhares de imóveis — entre eles, mansões históricas e apartamentos em regiões nobres. Um só prédio em Londres, adquirido secretamente, foi alvo de uma investigação que custou milhões de euros aos cofres da Santa Sé.
Dentro do Vaticano, obras de Michelangelo, Rafael, Da Vinci e Caravaggio formam uma coleção de arte estimada em bilhões. No entanto, a Igreja afirma que essas peças são “inalienáveis”, ou seja, jamais serão vendidas.
- FRANCISCO ESCOLHEU A HUMILDADE EM VEZ DO OURO
Ao assumir o trono de Pedro, Francisco recusou luxos. Preferiu viver na Casa Santa Marta, um alojamento modesto, ao invés do Palácio Apostólico. Rejeitou a cruz de ouro maciço e manteve a de ferro que usava desde cardeal.
Andava em carros comuns, comia no refeitório com funcionários e escrevia seus próprios discursos à mão. Sua simplicidade incomodava parte da Cúria Romana, acostumada a um papado mais cerimonial.
- A ROTINA DO PAPA ERA RIGOROSA E SOLITÁRIA
Francisco acordava por volta das 4h30 da manhã. O dia começava com meditação e leitura espiritual, seguido da missa das 7h. Depois, audiências e trabalho interno. O almoço era simples e, às vezes, solitário.
No fim do dia, caminhava em silêncio pelos corredores do Vaticano. Raramente assistia televisão, não usava celular e se desconectava do mundo digital. Suas únicas ligações eram espirituais — e quase sempre silenciosas.
- ELE TAMBÉM SE CONFESSAVA TODA SEMANA
Apesar de ser o chefe da Igreja, Francisco se confessava toda sexta-feira com um padre da Casa Santa Marta. Considerava esse gesto essencial para lembrar que “o Papa também é um pecador”.
Essa prática, discreta e pessoal, mostrava sua convicção de que a humildade é um valor central — mesmo no cargo mais alto da Igreja.
- OS ARQUIVOS SECRETOS DO VATICANO EXISTEM MESMO
Guardados em cofres e salões subterrâneos, os Arquivos Apostólicos do Vaticano contêm documentos de mais de mil anos, incluindo cartas de reis, registros da Inquisição e até arquivos secretos sobre exorcismos e milagres investigados.
Só estudiosos com autorização especial têm acesso. Parte do conteúdo jamais foi revelada. Muitos acreditam que ali estão informações que poderiam mudar a história — ou a fé de muitos fiéis.
- O CONCLAVE É MAIS VIGIADO QUE UM BUNKER
Quando um Papa morre, 120 cardeais se reúnem para eleger o novo. Durante o conclave, ficam completamente isolados: sem celular, internet ou contato externo. A Casa Santa Marta é lacrada, vigiada por agentes e protegida com bloqueadores de sinal.
As cédulas são queimadas após cada votação. Fumaça preta indica que não houve consenso. Quando sai fumaça branca — o mundo inteiro celebra: Habemus Papam.
- O VATICANO TEM SUA PRÓPRIA MOEDA E FARMÁCIA
O Vaticano emite suas próprias moedas de euro, altamente valorizadas por colecionadores. Tem também correios próprios, placas de carro com o selo “SCV” (Stato della Città del Vaticano), e até uma farmácia com medicamentos exclusivos que não são vendidos em nenhum outro lugar do mundo.
O Papa Francisco partiu, mas deixou mais do que um legado espiritual. Deixou um vácuo numa instituição que mistura fé, política, arte, dinheiro e segredos. Um império onde o invisível vale mais do que o ouro — e onde o silêncio é, muitas vezes, a voz mais poderosa.

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