Rede é Ampliada e Inauguração da APAE na Orla Simboliza Cuidado Mais Perto de Quem Precisa
Nova fase da saúde mental em Aracruz
Por: Hellen Clementino e Pedro Lisbão
A inauguração da nova Unidade de atendimentos APAE na Orla de Aracruz marca um momento especial para o município que agora aproxima os atendimentos da população.
Um espaço físico, hoje totalmente montado e preparado, trazendo cuidado, mais inclusão e mais dignidade para pessoas com deficiência intelectual e múltipla. É o tipo de avanço que não se mede só em tijolos, mas em transformação social em geral.
A nova unidade vem somar a uma rede de saúde mental que, nos últimos anos, passou por uma verdadeira virada. Aracruz tem se desenvolvido com muita velocidade nos últimos cinco anos, por essa razão, tem enfrentado um crescimento nos casos de sofrimento psíquico, transtornos mentais e demandas de pessoas neurodivergentes. O reflexo disso? Salas de espera mais cheias, afastamentos no trabalho por adoecimento emocional, automutilação, internações compulsória e um alerta claro:
ERA PRECISO AGIR!!
Cuidar de verdade, com quem entende e sente
A frente dessa reestruturação está o médico psiquiatra Luan Moro, aracruzense, humanizado desde o berço, filho da enfermeira da rede municipal Cida Moro. Jovem, inquieto e com sede de conhecimento, Dr. Luan é daqueles profissionais que buscam se aperfeiçoar o tempo todo.
Ele combina experiência clínica com um olhar social aguçado e sensível às minorias. Além de ter sua própria clínica no Ed. Lorenge, atuou também em hospitais do Espírito Santo, ampliando seu repertório e trazendo para Aracruz o que há de mais atual em cuidado e acolhimento.
Foi ele, inclusive, o responsável direto por coordenar a resposta eficaz de Aracruz durante o maior surto de dengue que o município já enfrentou. Um desafio que testou a capacidade do sistema e mostrou o compromisso da equipe com a saúde pública.
Com a confiança da Secretária de Saúde do município Roseane Scarpat, sob a coordenação de Dr Luan Moro a rede foi ampliada, os atendimentos descentralizados e o cuidado passou a respeitar o território de cada cidadão. Hoje, a saúde mental em Aracruz conta com:
– CAPS II, referência nos casos mais graves, com oficinas terapêuticas e acompanhamento médico contínuo;
– CAPSI, voltado para crianças e adolescentes, garantindo acolhimento desde cedo;
– Ambulatórios de Psiquiatria, com consultas eletivas feitas por profissionais como Dr. Hélio e Dra. Gabriela;
– Ambulatórios descentralizados, com atendimento semanal em regiões como Barra do Riacho, Coqueiral, Jacupemba e até nos territórios indígenas — onde, inclusive, foi contratada uma cientista social com formação em antropologia para garantir respeito aos costumes dos povos originários.
Outro símbolo dessa nova fase da saúde e a hiper instalação do Complexo de Saúde de Aracruz (CSA). Antes, uma obra esquecida. Hoje, uma realidade concreta. O espaço unificou diversos serviços que antes funcionavam de forma espalhada e, muitas vezes, em imóveis alugados e sem estrutura ideal. O CSA tirou do bolso do município os custos de vários aluguéis e centralizou tudo em um único espaço, moderno, com elevador, acessibilidade e a estrutura que a população merece.
As terapias são fundamentais ao longo de toda a vida da pessoa com deficiência, especialmente no caso de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), que frequentemente apresentam diferentes graus de hipersensibilidade sensorial.
Um exemplo emblemático é o de uma criança da rede municipal que, devido à hipersensibilidade tátil, recusava o contato com a água e, por consequência, resistia ao banho. Apesar dos esforços contínuos da família, da rede de apoio e das instituições envolvidas, foi por meio da aquaterapia e hidroterapia — realizada na piscina do Centro de Saúde de Aracruz (CSA) — que a criança apresentou avanços significativos.
A abordagem terapêutica permitiu uma dessensibilização gradual, tornando o momento do banho mais tranquilo e natural. Atualmente, essa criança frequenta regularmente a escola e está cada vez mais integrada ao convívio social, como é seu direito. Afinal, criança deve estar com criancas.
“Dá orgulho ver funcionando um lugar que antes era só promessa. A gestão do Dr. Coutinho teve coragem de começar de novo, e agora o CSA oferece serviços que realmente mudam a vida das pessoas”, destaca a secretária de saúde, Roseane Scarpat.
Humanização é a base
Essa nova forma de cuidar também tem como marca a humanização — que vem desde o planejamento das ações até o atendimento nas unidades.
A secretária Jeesala Coutinho, responsáveis por reorganizar e otimizar os serviços para os munícipes em nossa cidade, resume bem:
“O que nos guia é a escuta. Cuidar com técnica, mas também com empatia. A comunidade sabe quando está sendo ouvida de verdade.”
Esse acolhimento já começa com a equipe da APAE Orla, que na próxima semana inicia as triagens com as famílias. Quem mudou de endereço ou telefone pode atualizar os dados pelo número: ☎️ (27) 99757-1478.
A atual diretora da APAE Aracruz, Gilcinéa Xavier — advogada, mãe e avó atípica — tem liderado uma gestão marcada pela ampliação e qualificação dos atendimentos especializados. Sob sua coordenação, foram implementados serviços essenciais como a audiologia, que enfrentava uma fila de espera de até três anos, além da fisioterapia respiratória, atendimento odontológico especializado e o uso da esteira infantil para treino de marcha em crianças com atraso motor.
A APAE de Aracruz tornou-se, ainda, a terceira unidade do Espírito Santo a adquirir o avançado equipamento de Pedia-Suit, um protocolo intensivo de reabilitação neuro motora. Diversos outros equipamentos e recursos terapêuticos também foram incorporados à instituição, fortalecendo ainda mais a rede de apoio às pessoas com deficiência. Sobre essa evolução, Gilcinéa Xavier afirma:
“Essa unidade é um sonho coletivo. E é com o coração cheio de gratidão que damos esse passo, juntos com o poder público, para ampliar o cuidado com as crianças e adolescentes da nossa cidade.”
Aracruz está em período de expansão acelerada e está cuidando da sua gente.
⇒ Segundo dados recentes dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), estima-se que uma em cada 30 crianças nascidas no Brasil esteja dentro do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), reforçando a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento especializado.
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